segunda-feira, março 01, 2010

Sampa no século XXI

A trégua da chuva na cidade é real. O sol escaldante batendo no quarto às 8 da manhã fervente de verão, prenunciava o futuro das horas. O dia abafado confundia realidade e pesadelo. Roque. Buzina. E motor. Tudo ao mesmo tempo. Maurício desliga o som apressado. Como sempre faz ao acordar. Hoje, mais tarde um pouquinho. Respira fundo e se espreguiça devagar. Ri de si mesmo, pela falta de pressa. Ainda bem que a reunião no escritório está marcada para às 11. "Um antiestresse demorado agora", pensou entusiasmado.
Ainda na cama, aperta o controle de abertura das duchas e levanta cantando até a sala de banho.
Como assim? Não tem água de novo? Puxa, mas isto foi ontem... lembrou. Ainda bem que existe a água do refrigerador pra beber. Lavar o rosto...

Café na rua. Em 2 horas, Maurício chega ao trabalho. Se o trânsito de férias continuar calmo.
Foi só um sonho. A realidade do engarrafamento desmonta previsões, na cidade imprevisível. E o atraso, rotina.

Melhorou no retorno pra casa, às 10 da noite. Mas ainda sem água no prédio. "O condomínio comprou 4 mil litros de água, pra abastecer a caixa, mas a empresa teve que cancelar, devido a alta demanda e a falta de caminhões-pipas", informou o porteiro.

Maurício deu a volta e foi parar num hotel. "Amanhã é um novo dia. Tudo será diferente", pensou.

Teve que ficar mais tempo fora de casa. O abastecimento foi regularizado 2 dias depois. Uuufa!

Nova semana! Um revigorado Maurício desliga o som apressado. Como sempre faz ao acorrr...darr... Pe-e-erai... Recapitulando. "É impressão, ou tô sonhando? Ah, o som estragou..." imaginou.

Liga o botão do banho e levanta cantando." Pooorra, de novo, faltou luz!!! Deve estar chovendo... Maurício já está escolado. Quando chove em São Paulo é falta de luz na certa! Às vezes 2... 3... 4 horas.

Pra quem tá chegando na maior cidade da América do Sul: daqui à pouco vem o inverno. É melhor a gente se preparar...