quarta-feira, agosto 09, 2006

Saudade do Quintana, da ética, da justiça...

Andando na praia (do Futuro, a minha praia), hoje nublada e calma de turistas, depois da leitura dos jornais e dos noticiários da tevê, cujos conteúdos nos mostram uma enxurrada de parlamentares, juízes e promotores legislando em causa própria, me lembrei do Mário Quintana. Na segunda e última vez que o entrevistei para o jornal local do SBT, ainda no hotel do Falcão, em Porto Alegre, quando nos despedimos, eu falei que ia ficar com saudades, até a próxima entrevista. Ele olhou para o cinegrafista e naquela sua calma peculiar e imensa sabedoria, disparou: "a saudade que dói mais fundo é a saudade que temos de nós".
A pureza e o caráter do ser humano não está condicionada a datas . Vem do fundo da alma, penso eu. Parece que a maioria dos homens públicos brasileiros nunca sentirão esta saudade, ou quem sabe, diante de uma remota possibilidade neste sentido, mudam logo de pensamento, para projetar uma nova forma de dar um golpe nos saudosos contribuíntes. Imagino esses homens garotos... Será que roubavam no jogo de bolinhas de gude, será que escondiam a fruta mais gostosa para si próprios ? Será que um dia, talvez perto da morte, eles refaçam o pensamento do Quintana, lamentando a vergonha que dói mais fundo?
EntÃ