segunda-feira, agosto 18, 2008

Objeto identificado





Quatro banhistas chamaram a atenção da praia, neste final da tarde de sábado: seguidamente, se levantavam de suas cadeiras praianas pra olharem algo no céu. Que ninguém, ao redor, via. Olhavam incrédulos. Em silêncio. Por poucos minutos. E voltavam a sentar.
Dois tomavam goles de um líquido amarelo em copos. Que parecia cerveja. Os outros dois chupavam canudinhos de alguma coisa parecida com côco. Verde. Depois, retomavam o papo. Parecia que falavam a mesma língua. O português? O gauchês? O minerês? Ou o inglês? Não dava pra afirmar, pois um garoto, mandado por sua mãe, pra perguntar o que eles tanto miravam no alto, recebeu risadas, como resposta.
O papo devia ser interessante. Pelos gestos e entusiasmo do grupo. Pena que o som das vozes era baixo... Ou será que eles emitem sons? Perguntou alguém da mesa próxima.
- Falam sim. Eu ouvi o cara dizer "es-ta-mos per-tos", quando rebolei pra entrar na água- respondeu um senhor, com uma menina no colo.
- Xiiii, pertos...? Pertos do fim do mundo? Pertos da invasão? Pertos da nave? - alguém pensou.
Será que são malucos? Ou ets? Mas ets comem camarão? E compram colares e pulseiras? E pagam? Com que moeda?
- Pagaram com real, eu tenho certeza, revelou o vendedor de artesanato, após ser parado pelo pessoal da mesa próxima. Agora, tem uma coisa avexada, prosseguiu, os olhos dos cabras parecem bolas de fogo. Por isto que eles não tiram os óculos...
A coisa tava ficando sinistra pro lado da turma dos dois casais, que resolveram se mandar da praia. Na verdade, moradores e turistas, que resolveram tirar uma onda diferente... Uma câmera mágica, fez o registro.
Mas houve gente que garantiu ter visto a turma embarcando num carro com luzes piscando, estacionado poucos metros acima do mar...