terça-feira, agosto 25, 2009

Anti-vírus corrupção

"É você mesmo?! Não acredito..."
A senhora elegante e surpresa, que acabara de sentar na mesa em que eu tomava um café, no shopping Jardim Sul, no meio da tarde de ontem, parece ter sido atraída pelo poder do pensamento.
Era em situações vividas por ela e outros colegas seus, justamente o que pensava, após ler a crônica do Nelson Motta, no Estadão. Ele reivindicava adicional de insalubridade para os repórteres políticos do Congresso, por trabalharem no meio de tanta podridão.
Não querendo me meter, mas já me metendo, acrescentaria: com um bom anti-vírus, também. Convivendo, diariamente, como repórter, no Parlamento, há quase 15 anos com a tradicional "raça", me lembrei de alguns colegas que foram contaminados pelas promessas de bons salários de maus políticos e acabaram mudando de camisa.
Estranhamente, de críticos, viraram defensores ferrenhos. Muitas vezes, sem qualquer cargo físico. Muitas vezes, por imposição do próprio dono do órgão de imprensa. Fora, os que viraram parte da mesma. Se tornaram políticos. Ainda que bem intencionados no início, acabaram fazendo parte dos esquemas e acordos longe de éticas.
Carmem é o nome dela. Fazia parte da minha lista de fontes políticas. No vocabulário jornalístico, fonte é alguém confiável, que passa informações, com a condição de não ter seu nome citado. Acho que não nos víamos há uns 9 anos ou mais. Fazia parte da assessoria do então deputado federal e ex-ministro Paulo Lustosa.
Na época, ela dividia seu salário com mais dois funcionários do gabinete. Por terem outros empregos públicos, os dois não podiam estar no registro da Câmara. Um belo dia de dezembro em Brasília, quase perto do natal, ela resolveu dar um basta no emprego e se mandou com a família pro Ceará. Logo após ter recebido o salário integral, incluíndo o décimo-terceiro...
Me disse que agora pretende se candidatar pelo PMDB à Câmara Municipal de Fortaleza.